domingo, 20 de maio de 2007

Portugalgym 2007

Para ser sincero não estava muito motivado para ir para Évora. Mas por acaso ao longo do fim-de-semana a minha disposição mudou, e afinal até foi giro. O grupo ajudou muito à festa, pois tiveram um comportamento exemplar, e fico contente em verificar que temos um grupo homogéneo, e não vários grupinhos como tem acontecido com outros grupos. Também a presença da classe de manutenção ajudou muito à boa disposição. O Pedro Garcia, que até não estava muito virado para ir por causa de fazer anos no sábado, penso que também gostou, pois teve uns anos diferentes, com o pessoal todo a cantar-lhe os parabéns.

Mas o que nos levou a Évora foi a ginástica, e é sobre ela que irei falar agora. A primeira exibição foi no sábado de manhã, no Templo de Diana. A manhã estava muito quente, o que me levava a recordar Castro Marim, aqui há uns anos atrás noutro Portugalgym. Ao chegarmos apercebi-me do grande nervosismo da maioria, por ser a primeira exibição, por alguns terem deixado para o fim a execução de alguns elementos sem ajuda e porque as condições não se revelavam as melhores. O pessoal começa a queixar-se que o praticável de treino está muito quente, e queima os pés, o que me leva a ir observar a zona de exibição, e verifico que quem lá se estava a exibir mal conseguia pôr os pés, pois o praticável queimava. Tinha que tomar uma decisão e essa só podia ser "obrigar" o pessoal a calçar sapatilhas ou meias para não queimarem os pés. Tinha a certeza que ninguém iria refilar. Percebo também durante o treino dos elementos que garantidamente iríamos ter uma falha no esquema pois o full, não iria ser feito. São muitos anos a lidar com alguns. Faltava só saber como iriam reagir aqueles que tinham várias dificuldades para fazer. O praticável ajudava para a execução, o pior seria o calor.

Quando entrou a manutenção, deu logo para verificar que tinha sido acertada a decisão de mandar calçar o pessoal, pois o praticável queimava e não era pouco. Nos momentos em que o pessoal se esqueceu do calor a coreografia até correu bem, mas não posso recriminar o pessoal pois estar ali em cima com os pés, as mãos e o corpo a queimar-se foi obra. De positivo houve também o facto de à excepção do caso anteriormente descrito, apesar do nervoso e da falta de confiança, ninguém se negou a executar nada. O esquema até começou bem, e com o pessoal com uma boa postura, mas as várias falhas ao longo do esquema esmoreceram o espírito. Houve falhas a mais mesmo sendo a primeira exibição, e continua a haver elementos executados mas com várias deficiências e com tempo de manutenção escasso, o que dá logo um ar de falha e de insegurança. Querem um exemplo do que eu quero? A parte do esquema onde se fazem os cristos, deu um ar de segurança tal, que ninguém pode dizer que ali havia nervoso ou falta de confiança. É isto que eu quero, mas no esquema todo!

Segunda exibição, à noite na Praça Giraldo, com o tempo fresco e o pessoal cansado. Se de manhã tiveram um espaço para treinar, aqui só na calçada. mas têm que perceber que isto é assim e que os treinos são para fazer na Tuna. Mais uma vez o inicio prometeu, mas com o decorrer do esquema a postura foi uma vez mais de derrota, pois as falhas foram-se sucedendo. Tirando a mesma situação da manhã, ninguém se negou a fazer nada. Mas só isso não chega. É preciso também fazer e fazer bem! Perdemos a oportunidade de realizar uma exibição com um ambiente muito giro, com um público colaborante, de noite, ao ar livre e num sítio bonito. É pena, mas infelizmente já estou habituado. Se a coreografia até nem correu mal, e o que correu mal foi a parte técnica, quer dizer que o culpado sou eu, que, ou não sei ensinar ou não consigo transmitir confiança e garra às pessoas, pois estou farto de esperar por exibições convincentes em que a falha seja uma verdadeira excepção e não a regra. Se o esquema está giro mas na parte técnica não conseguimos dar o salto talvez esteja na hora de mudar, porque este que vos escreve, se calhar já deu o que tinha a dar.

Bem, esperemos pelas próximas exibições, mas se isto não der o salto, para mim será uma verdadeira frustração, e não sei muito bem o que vou fazer. Logo se verá.

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